Comunicação ambiental parece uma coisa simples, mas
não é. Não se trata do fato de simplesmente usar uma mídia e falar sobre meio
ambiente. A Comunicação Ambiental envolve universos distintos e
dentre eles, os principais são o da comunicação, com suas mídias e todo seu
alcance, e o meio ambiente, com suas particularidades.
Quando falamos em comunicação ambiental não temos a
exata noção da proporção do que ela é capaz de abranger. Ela certamente não se
refere somente à comunicação que vemos nas grandes mídias, feita por grandes
empresas. Este tipo de comunicação está inserido em cada setor da
sociedade das mais diversas formas. Dentro de casa, na escola, no
bairro e em boa parte dos lugares por onde circulamos, se repararmos bem, tem
sempre alguém querendo dar uma atenção a mais à questão ambiental.
Para termos uma noção do que a Comunicação Ambiental
é capaz de abranger, podemos notar que ela está diretamente ligada a atuação de
órgãos governamentais como a Defesa Civil, empresas cujo atividades impactam o
meio ambiente, órgãos reguladores, políticas públicas, enfim, é uma gama de
setores e atividades que tentam promover a interlocução entre organizações
governamentais ou não e sociedade.
Hoje em dia está na moda falar sobre meio ambiente.
Mas, até que ponto esse monte de informação está ajudando a promover a
mudança de atitude nas pessoas em prol de um mundo mais sustentável?
Até que ponto a comunicação ambiental empresarial não passa de um greenwash?
Nesse caso, é intrínseca a diferenciação
entre o que é de fato comunicação, o que se caracteriza pela bilateralidade e
troca de informações e o que é propaganda, o que visa a promoção de uma
marca ou produto, muitas vezes não levando em conta a opinião do receptor.
Sem dúvida o tema meio ambiente ocupa hoje um lugar
de destaque na mídia mundial. Independentemente de qual for o enfoque,
falar de meio ambiente hoje requer muito cuidado. As pessoas não
admitem informações distorcidas e tendenciosas, sobretudo quando se fala de meio
ambiente.
Exemplo disso foi a mineradora Vale, que no início
do ano de 2012 recebeu o título de pior empresa do mundo. Apesar de todos os
esforços da comunicação para que a Vale parecesse uma empresa ambientalmente e
socialmente responsável, nada substitui ações de caráter verdadeiro quando se
diz respeito aos direitos humanos, condições de trabalho e exploração da
natureza. Para ler mais sobre o assunto, acesse: Estadão e G1
A comunicação ambiental pode causar um estrago ou
pode contribuir para a construção de pessoas ambientalmente mais conscientes.
Depende de como ela é feita e de quais os interesses estão por trás.
A comunicação ambiental, assim como a comunicação
como um todo, só depende do modo como é feita e utilizada. Quando
respaldada por ações consistentes, pode ser a garantia de sucesso de uma
empresa.
No mês passado, o Dan e a Zilah, colegas e
colunistas do Coletivo Verde, participaram do V Congresso Brasileiro de
Comunicação Ambiental em Belo Horizonte. Após uma série de debates sobre
comunicação ambiental os dois deram seus depoimentos sobre o assunto:
Dan Lima, Advogado e Consultor em
Sustentabilidade
“O Congresso foi legal, mas deixou claro o
quanto precisamos avançar neste assunto. Todo mundo está tentando fazer
comunicação ambiental. A preocupação é que ainda estamos reproduzindo velhos
formatos que não trazem qualquer ganho ambiental. As empresas e os órgãos
públicos continuam fazendo propaganda. As empresas insistem em fazer os imensos,
enfadonhos e desnecessários relatórios anuais de sustentabilidade. Livros
bonitos, bem encadernados com fotos maravilhosas, tudo para dizer que a nossa
empresa leva um grupo de crianças para plantar árvores. Francamente, comunicação
ambiental não pode ser apenas isso. A comunicação ambiental pressupõe um
trabalho contínuo de conscientização de todas as pessoas envolvidas.”
Zilah Rodrigues, 27 anos, publicitária, assessora de
projetos no Terceiro Setor
“O lado mais interessante de participar desse
congresso foi ver que a comunicação ambiental não se limita a profissionais de
comunicação, é praticamente indispensável que profissionais de outras áreas
acompanhem o processo que envolve conhecimento técnico sobre diversos
assuntos.
Durante os dias em que estive presente no
evento, a principal conclusão a qual cheguei foi que para trabalhar com
comunicação ambiental ou com qualquer outra coisa, antes de tudo, é preciso
acreditar no que você faz. Foi decepcionante ver um colega de profissão (não me
lembro o nome e acho que não caberia citar aqui) com opiniões tão divergentes,
acreditando que a comunicação não é capaz de cumprir seu papel de informar as
pessoas e gerar mudanças de comportamento.
Como dito antes, a comunicação ambiental envolve
uma série de conhecimentos técnicos que não são de domínio exclusivo dos
comunicadores. Se um profissional de comunicação não acredita naquilo que faz,
me resta pensar que um de nós dois está no lugar errado. Ou ele, ou
eu.”
Leia mais em http://www.escritorvilmarberna.com.br/artigos/comunicacao-ambiental/dez-mandamentos-da-comunicacao-ambiental.html
FONTE: COLETIVO VERDE
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