sábado, 1 de setembro de 2012

POST 149: ENERGIA PARA UMA ECONOMIA VERDE


Passam-se décadas, e o desenvolvimento sustentável continua sendo um dos assuntos mais comentados em conferências, pelos meios de comunicação, pelos empresários, pelo mundo. Após anos de tímidas discussões, agora o tema tem se tornado recorrente entre autoridades e organizações. Nos últimos anos, amadurecemos vários conceitos, aprofundamos estudos, tecnologias e aprendemos várias lições. A maior delas é que, se realmente queremos ter uma economia verde, a discussão social não pode ser separada da ambiental. O desenvolvimento econômico, somente para acúmulo de riquezas, se tornou totalmente anacrônico. A sustentabilidade agora é uma meta que deve ser buscada por todos, tanto organizações privadas quanto públicas.
 
A energia terá um grande papel no cenário, já que uma simples análise na distribuição energética mundial mostra o tamanho dos nossos desafios. Atualmente, mais de 1,3 bilhão de pessoas ao redor do globo vivem sem acesso à energia, o que atrasa seu acesso às condições mais básicas. Só no Brasil, 2% dos domicílios vivem sem eletricidade, em áreas rurais ou remotas. É um panorama desafiador, mas para enfrentar essa situação é preciso levar em conta que ainda usamos muitas formas de energia poluente e não podemos simplesmente aumentar a oferta, desconsiderando o dano que isso causará.

A declaração das Nações Unidas de 2012 como Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos demonstra bem como tudo está conectado e que o acesso à eletricidade faz parte dos esforços para erradicação da pobreza. Por isso, a expectativa é que até 2030 haja uma massificação dos investimentos em fontes sustentáveis, universalização do serviço e melhorias em eficiência energética ao custo de US$ 48 bilhões ao ano.

No Brasil, a sociedade e o governo entenderam o recado, e a sustentabilidade ganhou enfoque específico da erradicação da pobreza, estimulando a preservação do meio ambiente, o acesso à energia, educação, saúde e cidadania. A ideia é desenvolver soluções que incluam e beneficiem a todos, sem desprezar o meio ambiente nem a economia. É um cenário desafiador, já que o país é o décimo maior consumidor de energia elétrica do mundo, e a demanda continuará a crescer, impondo a expansão à rede para atender a população e indústrias. Estes desafios mostram que precisamos de um amplo compromisso para o desenvolvimento sustentável. As nossas próximas iniciativas devem englobar ações sociais, econômicas e ambientais, considerando as necessidades energéticas como fator essencial ao desempenho das demais. O objetivo tem que girar em torno de uma renovação do compromisso mundial com o desenvolvimento sustentável, por meio da análise do que fizemos até agora, os erros e acertos, e os novos temas que surgiram recentemente.

2012 tem sido uma ótima oportunidade para enfrentarmos a realidade e seus desafios, compreendendo como podemos utilizar a energia e os recursos do planeta de maneira mais responsável. Não existe alternativa, nem mais tempo para postergar. Ou resolvemos agora ou legaremos um futuro de incerteza para as próximas gerações.

* Por Tânia Cosentino é presidente da Schneider Electric Brasil

Fonte: Sustentabilidades
do Jornal do Brasil

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