terça-feira, 17 de abril de 2012

POST 91: OBJETOS SUSTENTÁVEIS SOBEM NO TELHADO, NO BOM SENTIDO.

Telhas de fibra de celulose contribuem para tornar o ambiente mais agradável, com menor consumo de energia e maior facilidade de manejo na comparação com os produtos à base de argila ou cimento.
Investimentos voltados à fabricação de objetos sustentáveis para o lar já chegaram aos telhados das residências.
Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias nesse sentido, o consumidor pode optar por telhas de fibra vegetal, cuja matéria-prima principal é a fibra de celulose, que, por ser extraída de papel reciclado, tem baixo impacto ambiental.
Além do apelo sustentável, a arquiteta Maria José de Mello destaca que esse tipo de telha só traz benefícios ao consumidor.
Por exemplo, há uma redução no custo de energia, justamente por ela ser mais transparente, facilitando a iluminação do ambiente, além de manter o lugar muito mais arejado e oferecer melhor acústica.
Maria José conta ainda que as telhas convencionais como as de fibra de cimento e as famosas vermelhas são mais finas e por isso deixam o ambiente até 12ºC mais quente nas regiões de alta insolação. "Um exemplo é o de residências que ainda não possuem laje, em que o ar do ambiente interno é sempre mais quente do que o do lado externo da casa", conta.
Apesar dos benefícios citados e uma demanda crescente por esse tipo de cobertura, Maria José comenta que ainda há resistências quanto ao seu uso. Os argumentos, segundo ela, são baseados em custo um pouco mais alto - algo em torno de 10% do valor das telhas convencionais - e receio de uso do material.
"A telha sustentável pode ter sim um custo mais alto, mas os benefícios que ela oferece acabam por deixá-la mais barata. Ou seja, o próprio material promove a economia de consumo", enfatiza.
Para a arquiteta, o uso desse tipo de telha colabora também para o não esgotamento de recursos naturais, já que a matéria prima para a fabricação das coberturas convencionais é retirada de minas de argila.

"Com o passar do tempo, esse recurso se esgota. E no final teremos apenas crateras no local, e um solo degradado", aponta.
Everton Peruchin, gerente nacional de vendas e marketing da Onduline, empresa fabricante de telha de fibra vegetal, comenta que o grande diferencial dessa tecnologia está no incentivo ao uso de materiais leves e sustentáveis na obra.
"Enquanto um metro quadrado de telha cerâmica pesa cerca de 44 kg, um metro quadrado da telha de fibra de celulose chega a, no máximo, 3,9 kg. Isso impacta no transporte, na estrutura do telhado e da casa e na facilidade de instalação", diz, lembrando ainda que em fim de vida útil, a telha pode ser descartada em aterros sanitários ou industriais, já que não se trata de um resíduo perigoso à saúde.
Mas quanto aos argumentos de receio do consumidor em sua utilização, Peruchin conta que para garantir a qualidade das telhas, elas passam por um processo de impermeabilização com betume (resíduo do petróleo utilizado na cobertura asfáltica).
"Além disso, são protegidas por uma resina especial, contra raios ultravioleta, impedindo a escamação da superfície e garantindo durabilidade. O processo de fabricação das telhas parte de uma seleção criteriosa de fornecedores", explica.
Outros benefícios proporcionados pela telha sustentável são suas características como a flexibilidade, que dificulta sua quebra, e um melhor desempenho em dias de chuvas de granizo.
A telha sustentável, segundo Peruchin, se destina não apenas ao consumidor final que pretende construir ou reformar o telhado da residência. Também é muito utilizada por construtoras e empreiteiras.
"Esse tipo de produto é voltado a todo o mercado, sem exceções. Por conta disso, chegamos a produzir cerca de 3 milhões de telhas por ano, mas que podem chegar a 6,5 milhões", conta.
No entanto, as vantagens econômicas não ficam apenas com o consumidor. Segundo Peruchin, a própria empresa também acaba por ter vantagens competitivas.
"O consumo de energia para produzir um metro quadrado dessa telha é cinco vezes menor que outros tipos. Isso ajuda a reduzir o esgotamento energético", destaca.




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