Telhas de fibra de celulose contribuem para tornar o ambiente mais
agradável, com menor consumo de energia e maior facilidade de manejo na
comparação com os produtos à base de argila ou cimento.
Investimentos voltados à fabricação de objetos sustentáveis para o lar já
chegaram aos telhados das residências.
Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias nesse sentido, o consumidor
pode optar por telhas de fibra vegetal, cuja matéria-prima principal é a fibra
de celulose, que, por ser extraída de papel reciclado, tem baixo impacto
ambiental.
Além do apelo sustentável, a arquiteta Maria José de Mello destaca que esse
tipo de telha só traz benefícios ao consumidor.
Por exemplo, há uma redução no custo de energia, justamente por ela ser mais
transparente, facilitando a iluminação do ambiente, além de manter o lugar muito
mais arejado e oferecer melhor acústica.
Maria José conta ainda que as telhas convencionais como as de fibra de
cimento e as famosas vermelhas são mais finas e por isso deixam o ambiente até
12ºC mais quente nas regiões de alta insolação. "Um exemplo é o de residências
que ainda não possuem laje, em que o ar do ambiente interno é sempre mais quente
do que o do lado externo da casa", conta.
Apesar dos benefícios citados e uma demanda crescente por esse tipo de
cobertura, Maria José comenta que ainda há resistências quanto ao seu uso. Os
argumentos, segundo ela, são baseados em custo um pouco mais alto - algo em
torno de 10% do valor das telhas convencionais - e receio de uso do
material.
"A telha sustentável pode ter sim um custo mais alto, mas os benefícios que
ela oferece acabam por deixá-la mais barata. Ou seja, o próprio material promove
a economia de consumo", enfatiza.
Para a arquiteta, o uso desse tipo de telha colabora também para o não
esgotamento de recursos naturais, já que a matéria prima para a fabricação das
coberturas convencionais é retirada de minas de argila.
"Com o passar do tempo, esse recurso se esgota. E no final teremos apenas
crateras no local, e um solo degradado", aponta.
Everton Peruchin, gerente nacional de vendas e marketing da Onduline, empresa
fabricante de telha de fibra vegetal, comenta que o grande diferencial dessa
tecnologia está no incentivo ao uso de materiais leves e sustentáveis na
obra.
"Enquanto um metro quadrado de telha cerâmica pesa cerca de 44 kg, um metro
quadrado da telha de fibra de celulose chega a, no máximo, 3,9 kg. Isso impacta
no transporte, na estrutura do telhado e da casa e na facilidade de instalação",
diz, lembrando ainda que em fim de vida útil, a telha pode ser descartada em
aterros sanitários ou industriais, já que não se trata de um resíduo perigoso à
saúde.
Mas quanto aos argumentos de receio do consumidor em sua utilização, Peruchin
conta que para garantir a qualidade das telhas, elas passam por um processo de
impermeabilização com betume (resíduo do petróleo utilizado na cobertura
asfáltica).
"Além disso, são protegidas por uma resina especial, contra raios
ultravioleta, impedindo a escamação da superfície e garantindo durabilidade. O
processo de fabricação das telhas parte de uma seleção criteriosa de
fornecedores", explica.
Outros benefícios proporcionados pela telha sustentável são suas
características como a flexibilidade, que dificulta sua quebra, e um melhor
desempenho em dias de chuvas de granizo.
A telha sustentável, segundo Peruchin, se destina não apenas ao consumidor
final que pretende construir ou reformar o telhado da residência. Também é muito
utilizada por construtoras e empreiteiras.
"Esse tipo de produto é voltado a todo o mercado, sem exceções. Por conta
disso, chegamos a produzir cerca de 3 milhões de telhas por ano, mas que podem
chegar a 6,5 milhões", conta.
No entanto, as vantagens econômicas não ficam apenas com o consumidor.
Segundo Peruchin, a própria empresa também acaba por ter vantagens
competitivas.
"O consumo de energia para produzir um metro quadrado dessa telha é cinco
vezes menor que outros tipos. Isso ajuda a reduzir o esgotamento energético",
destaca.
FONTE: BRASIL ECONÔMICO
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