Conhecida pelas fachadas luminosas, vida intensa e pontos turísticos (leia-se Estátua da Liberdade, Ponte do Bronklin, Central Park e etc), a cidade americana de Nova York vem incorporando, cada vez mais, características de uma cidade sustentável.
Dona do título de cidade mais populosa do EUA - e uma das maiores do mundo -, Nova York implementou políticas de mobilidade mais sustentáveis, estimulou a construção de edifícios eco-eficientes e agora triplicou a capacidade de produção de energia solar.
As medidas vêm ocorrendo desde 2007, quando foi lançado o PlaNYC (Plano de desenvolvimento sustentável da atual administração). Um dos projetos é o Reiventar o Verde (Reinvent Green), um evento que reúne analistas com o propósito de desenhar ferramentas digitais e aplicativos que permitam aos nova-iorquinos desenvolver hábitos mais sustentáveis. Porém outras políticas mais efetivas estão em andamento.
“A questão é que o modelo de mobilidade centrado no carro está falindo” explicou o consultor dinamarquês Mikael Colville-Andersen
Energia
O anúncio da instalação de dez novos painéis fotovoltaicos foi feito na segunda-feira, 9 de abril, pelo prefeito Michael Bloomberg. Segundo ele, os painéis evitarão, anualmente, a emissão de 205 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. Os dez painéis foram instalados em prédios municipais, aumentando a produção solar da cidade para 648 quilowatts anuais, uma quantia ainda tímida, equivalente ao abastecimento de 143 famílias.
Os equipamentos fazem parte do programa “Efficiency 2.0”, que ainda prevê ações de conscientização para a redução do consumo de energia de empresas públicas e a população em geral. Além disso, foram instalados iluminação de baixo consumo em 12 pontos da cidade, o que vai gerar economia de US$ 332 mil anuais e evitar a emissão de 917 toneladas de dióxido carbono.
Desde o começo do PlaNYC foram implementadas energias limpas em 143 instalações e estão programadas outras 99, com as quais se prevê economizar US$ 32 milhões ao ano em custos energéticos.
Mobilidade
Nova York nunca foi uma cidade muito hospitaleira aos ciclistas: tráfego pesado, infraestrutura voltadas para veículos, entre outros. Ao menos este era o quadro até 2006, quando o projeto de pedágio urbano proposto pelo prefeito foi derrotado no Legislativo. Necessitando de medidas mais efetivas para melhorar o trânsito local, o governo passou a apostar na bicicleta.
Assim, naquele mesmo ano, foi criado um plano de construção de 320 km de ciclovias e ciclofaixas. A intenção era dobrar o porcentual de deslocamentos diários feito sobre bicicletas até 2012. Finalizada em 2009, a infraestrutura permitiu que o número fosse alcançado dois anos depois. Além das ciclovias, foram abertos aos ciclistas 20 bicicletários públicos e 3,1 mil paraciclos.
Ainda este ano, a cidade deve inaugurar um sistema de empréstimo de bicicletas, com 600 estações de aluguel e mais de 10 mil bicicletas. O plano é que, até 2030, a cidade tenha mais de 2.800 km de ciclovias e ciclofaixas, multiplicando o número de ciclistas. Ano passado, a cidade ocupou o 20º lugar no ranking das “Cidades mais amigáveis aos ciclistas de todo o mundo”, realizado pela Copenhagenize, empresa dinamarquesa especializada em consultoria, planejamento, marketing e comunicação de ações ligadas ao uso da bicicleta como meio de transporte.
Além disso, a cidade recentemente foi considerada como a quarta melhor para se caminhar no mundo, pela revista Frommer’s. A proeza se deu devido à proximidade existente entre casas e lojas, restaurantes, escolas, parques e transporte público. Para se ter ideia, 80% das crianças nova-iorquinas andam até a escola. As ruas numeradas também foi um fator para boa posição no ranking, uma vez que facilitam a localização e reduzem as chances de alguém se perder.
Para especialistas na área, o exemplo de Nova York deixa claro que com vontade política é possível modificar até as realidades mais áridas. Cada vez mais inchadas, pensar a mobilidade das cidades através de bicicletas e caminhadas é mais do que uma necessidade, como explicou o consultor dinamarquês Mikael Colville-Andersen, do Copenhagenize, em entrevista ao Estadão: “A questão é que o modelo de mobilidade centrado no carro está falindo”.
Redação EcoD
FONTE: BLOG AMAZÔNIA
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