domingo, 2 de dezembro de 2012

POST 181: 10 TENDÊNCIAS EM SUSTENTABILIDADE NAS EMPRESAS

Relatório do GreenBiz aponta que companhias aumentaram investimentos no tema


Algumas das maiores marcas globais levantaram suas bandeiras em nome da sustentabilidade em 2010. Apesar da economia instável, algumas empresas iniciaram seus esforços sobre o tema e outras até dobraram seus investimentos nesta área. Esse movimento confirma a já ultrapassada percepção de que a sustentabilidade não é um conceito válido apenas em períodos de bonança e, sim, uma causa fundamental para a perenidade das organizações.
 


Um modelo mental voltado à sustentabilidade é um fator crucial para a construção de marca e manutenção da competitividade. O investimento em ações de sustentabilidade corresponde à expectativa do público, que espera por resultados concretos das empresas. A pesquisa goodpurpose, realizada pela Edelman Significa, revelou que, em 2010, 81% dos brasileiros mostraram-se mais propensos a comprar produtos de marcas que apoiam causas. Ou seja, não se trata apenas de mais uma preocupação, mas sim de uma exigência do público.

Além de incorporarem os preceitos da sustentabilidade, empresas também devem desenvolver suas ações de forma alinhada aos valores corporativos e comunicá-las com transparência e autenticidade. Segundo outra pesquisa, a Trust Barometer, é necessário agir com consistência sobre a sustentabilidade, já que 57% dos brasileiros acreditam que as empresas apoiam causas não por desejo genuíno e sim por interesse na autopromoção.

Buscar o grupo de ações que deve ser guiado por estes princípios foi a tarefa do
GreenBiz, portal especializado em sustentabilidade empresarial, em seu relatório State of Green Business 2011, lançado em fevereiro deste ano. As 10 principais tendências em sustentabilidade que devem fazer diferença neste ano para as empresas foram traçadas por meio das cerca de 2.200 reportagens, posts, artigos e podcasts publicados em 2010 nos quatro canais do GreenBiz – ClimateBiz, GreenerBuildings, GreenerComputing e GreenerDesign.


Conheça, abaixo, as dez tendências, segundo o relatório do GreenBiz:

1- Gigantes do consumo acordam para o “verde”
Empresas que produzem artigos de alto consumo, como a das categorias de limpeza, alimentos industrializados e higiene pessoal, possuíam um histórico de relutância para atuar com a sustentabilidade, por acreditar que o tema fosse arriscado para seus negócios. Entretanto, este cenário alterou-se radicalmente há alguns anos e as maiores marcas do setor mostraram-se atuantes em suas propostas, como é o caso da Kraft, Procter & Gamble, Unilever e Walmart. O estabelecimento de metas ambiciosas para redução de suas emissões de gases estufa, aumento da reciclagem, redução do uso da água, eficiência energética, uso de energia alternativa, entre outras, são suas principais ações. Um dos exemplos é o Sustainable Living Plan, anunciado em novembro do ano passado pela Unilever, que coloca como prioridade da empresa reduzir metade de seu impacto ambiental até 2020.


2- Empresas almejam o “zero”
Diversas empresas colocaram a meta “zero lixo” em suas perspectivas de negócio. A General Motors, por exemplo, anunciou em dezembro de 2010 que mais da metade de suas 146 indústrias já atingiram o estágio de conseguir reciclar todo o descarte gerado por sua produção. Outras empresas já acertaram suas metas, como a Procter & Gamble, o que revela uma tendência que será encaminhada para este e os próximos anos.


3- Países em desenvolvimento ganham importância na cadeia de suprimentos
A extração de commodities em países em desenvolvimento passou a ser melhor analisada. Ou seja, a produção de minerais, como, por exemplo, o óleo de palma – matéria prima para a produção de diversos alimentos processados – passou a receber atenção maior por parte das empresas. A preocupação com a construção de uma cadeia de produção socialmente responsável inclui a capacitação dos produtores, com programas de geração de renda e incentivo ao empreendedorismo.


4- Transporte “verde” para maior eficiência energética
O ano de 2010 será lembrado pelo nascimento dos veículos elétricos, como os modelos Chevy Volt e Nissan Leaf. Mas as tecnologias e práticas verdes estão emergindo não só para a terra, mas também para o mar e o ar. A Maersk passou a verificar suas emissões de carbono a cada navio em operação; a Alaska Airlines iniciou alguns testes de redução de emissões em seus voos e a FedEx desenvolveu um programa que pretende aumentar em 20% a eficiência do combustível usado em suas operações até 2020. E estes são apenas alguns dos projetos.


5- Alimentação sustentável transforma-se no prato principal
Não faz muito tempo que a agricultura sustentável estava reservada à indústria da alimentação natural, voltada para um mercado de consumidores de nicho preocupados com alimentação saudável. Entretanto, a agricultura sustentável expandiu-se e grandes empresas estão arcando com compromissos neste campo de atuação. O Walmart investiu no ano passado US$ 1 milhão em pequenos e médios fazendeiros para capacitá-los a cultivar de forma sustentável. A Cool Farm Tool da Unilever é outro exemplo de ação que, por sua vez, ajuda a mensurar a emissão de gases estufa das práticas de cultivo.


6- Certificações para todas as indústrias
Existem diversas certificações relacionadas ao negócio sustentável, mas para algumas categorias específicas de produto, restam lacunas. Para isso, organizações e empresas estão fazendo sua parte. O Underwriters Laboratories, por exemplo, criou uma certificação para a indústria dos telefones celulares. A UPS lançou uma certificação para as embalagens responsáveis e um grupo de empresas de vestuário e calçados, que inclui a Levi’s e a Timberland, lançou o Eco Index. A Nike, por sua vez, desenvolveu seu Environmental Apparel Design Tool, para a criação de roupas feitas a partir de material orgânico.


7- Preocupações tóxicas incentivarão alternativas verdes
A revelação de ingredientes tóxicos nos bens de consumo atingiu um pico em 2010, com a crescente importância do tema nas agendas das empresas, ativistas e órgãos regulatórios. Esse movimento jogou luz ao campo da química verde, uma área em crescimento que busca transformar a maneira pela qual os produtos são fabricados, reduzindo ou eliminando determinadas substâncias que podem ser prejudiciais à saúde, além, também, da redução do impacto ambiental na produção. A BASF e a Dow, por exemplo, desenvolveram uma nova maneira de fabricar o óxido de propileno, que tem uma demanda global de 14 bilhões de toneladas, com redução em 80% do uso da água e 35% de energia.


8- A preocupação com o uso da água só cresce
A preocupação com a redução do uso da água nos processos produtivos estava reservada a empresas que possuíam este subsídio como fundamental em suas atividades. Diversas empresas têm percebido que analisar seu uso da água pode ajudá-las a encontrar oportunidades para eficiência e otimização na produção, além de inovação. Um exemplo é o caso Water

9- Empresas aprendem a fechar o ciclo
A promessa de uma sociedade com ciclo fechado – onde tudo seria reciclado e transformado em novos produtos e embalagens – parece estar cada vez mais próxima de ser cumprida. As empresas têm encontrado maneiras de transformar produtos, principalmente embalagens, em novos. Exemplos não faltam, como a Starbucks que pretende reciclar 100% de seus copos até 2015 e parcerias de empresas com a TerraCyle, empresa de upcylcing, como é o caso da Nestlé aqui no Brasil.


10- Bioplásticos transformam-se em embalagens
Durante anos, a pesquisa por alternativas ao plástico derivado de petróleo liderou o trabalho de especialistas por diversos caminhos. Mas, em 2010, o bioplástico atingiu mais importância na agenda das empresas. Uma subsidiária da Coca-Cola, a Odwalla, afirmou que já substitui suas embalagens de bebidas por plástico derivado de melaço e cana de açúcar e a Pepsico, com a embalagem de seu salgadinho Frito-Lay, feito a partir de um polímero de milho, são alguns dos exemplos.


Além das tendências, o relatório mede a sustentabilidade da economia norte-americana a partir de 20 indicadores, desde o nível das emissões de gases até o investimento em relatórios de sustentabilidade.
 
 
 

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