terça-feira, 15 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
POST 200: 7 DICAS PARA TER UM ESCRITÓRIO VERDE
Desde que começou a se falar em sustentabilidade e consumo consciente, diversas ações surgiram para que esses conceitos fossem colocados em prática. Mas se tem um lugar onde ainda há desperdícios é o ambiente empresarial. Então, se a ideia é dar um chega para lá no desperdício, o desafio é dar aquela repaginada ecológica no escritório, colhendo, no futuro, os louros provenientes dessas mudanças. Para tanto, é importante readaptar ou remanejar o espaço, perceber o que, de fato, é relevante e irá gerar uma mudança positiva para as pessoas e para o ambiente de trabalho.
Modificações simples como a priorização da luz natural, o uso de cores claras e materiais de fácil limpeza estão na lista das ações que podem dar um "up" no negócio.
Modificações simples como a priorização da luz natural, o uso de cores claras e materiais de fácil limpeza estão na lista das ações que podem dar um "up" no negócio.
“Mas para que a repaginada seja satisfatória, é importante se informar sobre a cadeia produtiva dos produtos e sobre o teor da responsabilidade social e ambiental da empresa, além de reutilizar e reciclar com criatividade e priorizar produtos que sejam de origem natural”, avalia Roberta Arend, bioarquiteta da Arquitetura Ambiental.
Lembre-se de que muitos encaram a sustentabilidade como uma moda. Por isso, fica muito fácil cair em armadilhas.
“Elas são conhecidas por greenwash ou verniz verde, que são produtos e serviços que pegaram carona nessa onda com a intenção de aumentar as vendas, não cumprindo com os benefícios econômicos e ambientais como se espera”, completa Vicente Castro Mello, arquiteto da Castro Mello Arquitetos.
Quer apostar nessas mudanças conscientes? EXAME.com elencou transformações simples que podem fazer toda a diferença para o seu escritório – e para o planeta.
1. Mude a decoração
Ela é superimportante para causar boa impressão. E para deixar o ambiente mais leve, o indicado é que você opte por cores claras, que ainda irão ajudar com a luminosidade do local por refletirem a luz. “Outra dica: faça uso de tons mais aconchegantes para que o ambiente não se torne frio demais pelo excesso de claridade”, diz Gustavo Mincarone de Souza, bioconstrutor da Arquitetura Ambiental.
A pintura, no entanto, deve ser feita à base de água e com tintas naturais. “Você precisa pensar em todas as etapas do ciclo de vida do produto. Veja de onde os materiais vêm e pra onde vão no fim de sua vida útil”, ressalta Daniela Corcuera, arquiteta da Casa Consciente Consultoria e Arquitetura Ambiental.
Para o chão, opte por cimento queimado, ou pisos cerâmicos, bem como piso laminado de madeira. “Lembre-se de que os pisos frios são mais indicados pela durabilidade e baixa manutenção”, aconselha Daniela.
2. Faça um projeto de iluminação
É sabido que o olho humano percebe muito mais a falta de luz do que o excesso dela. É por isso que em um ambiente superiluminado dificilmente alguém se levanta para apagar uma luz. E é ai que você pode estar consumindo uma energia desnecessária.
“Para que isso não ocorra o ideal é privilegiar a iluminação natural”, diz Mello. Assim, se houver a possibilidade de mexer na arquitetura do espaço, vale a pena avaliar a posição de janelas e portas, visando promover a redução dos ganhos térmicos pela incidência solar e pela ventilação natural, por exemplo.
Mas, se esse não for o caso, sensores de luz também ajudam nessa tarefa, automatizando e regularizando a quantidade adequada de luz para cada atividade desenvolvida. “Aposte, ainda, em lâmpadas com tecnologia LED, que são mais duráveis e econômicas e já estão mais acessíveis. Outra boa ideia é o uso de luminárias de mesa, já que essa medida reduz bastante o número de luminárias no teto e, consequentemente, o consumo de energia”, completa o arquiteto.
3. Cuidado com os banheiros
Eles são os grandes vilões do desperdício. Por isso, é preciso ficar atento a esse local, fazendo pequenas mudanças que darão grandes efeitos. “Aposte em equipamentos economizadores, como vasos de duplo fluxo e arejadores nas torneiras. Além disso, use produtos de limpeza biodegradáveis, com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis e de fontes naturais”, conta Daniela.
Você sabia que é possível deixar o banheiro limpo usando alimentos? “Use vinagre, limão e sal para fazer essa limpeza”, ensina Roberta, que ainda ressalta a importância de o banheiro receber incidência solar e ter uma boa ventilação natural para a sua salubridade.
Com relação aos papéis, nada de apostar nos mais baratos, pois essa pode ser uma economia sem resultados. “Eles devem ser de boa qualidade e absorventes, o que reduz a quantidade de uso”, pondera Daniela.
4. Aposte nas plantas
Pode parecer bobagem, mas elas causam um efeito extremamente benéfico para o ambiente de trabalho. “O seu uso traz vitalidade, frescor e renovação do ar, melhorando a qualidade do ambiente. É um excelente recurso e muito acessível”, recomenda Daniela.
Você vai precisar avaliar as condições locais para definir as espécies mais viáveis para o seu escritório, mas boas opções são lírios, antúrios, bromélias, filodendros, palmeiras, bambus e cactos. Elas ajudam, ainda, a arejar o ambiente, como explica Gustavo.
“As plantas são verdadeiras bombas de água e, dessa forma, despejam na atmosfera quantidades significativas de vapor, o que é conhecido por evapotranspiração. Quanto mais calor, maior será essa atividade, e quanto maior for as folhas da planta, maior será a quantidade de água liberada.”
5. Use o ar condicionado com moderação
Sim, o uso desse aparelho deve ser minimizado e, na medida do possível, ele deve ser substituído por ventiladores ou pela ventilação natural. “É interessante, até, a adoção de uma cobertura vegetada, que irá trazer mais frescor e reduzirá o calor transmitido para o interior”, explica Daniela.
Outra boa solução é a proteção solar usando brises e vidros com fator solar adequado, além da ventilação cruzada, que é sempre uma boa saída. “Mas caso o uso do ar condicionado seja necessário, o ideal é procurar modelos com a classificação Procel categoria A, que são mais eficientes e consomem menos energia”, diz Mello.
6. Dê atenção especial aos computadores
Todos os equipamentos eletrônicos consomem energia, geram calor e aumentam a temperatura interna do escritório. Com o computador não é diferente. Por isso, realizar a manutenção e a limpeza desses aparelhos é essencial.
“Como ele é indispensável na maioria das empresas, cuide bem do produto. Configurar o gerenciador de energia do computador para a tarefa específica que vai ser executada é um ótimo começo. Você não precisa ligar o motor de uma Ferrari apenas para ler um e-mail ou navegar na internet, certo?”, questiona Mello.
Lembre-se, ainda, de desligar o monitor e colocar o computador em descanso quando falar ao telefone, quando sair para almoçar ou para tomar um café. Outra boa opção é o uso de programas específicos para o controle do gasto de energia. “São sistemas de automação e monitoramento que permitem identificar dados de consumo energético, possibilitando uma maior conscientização e melhor gestão dos recursos energéticos”, conta Daniela. Um exemplo é o Joulemeter, programa simples que faz esse papel.
Falando em computador, preocupe-se também com a impressora, já que o desperdício nesse caso é sempre muito grande. “Reveja os formatos em que os documentos são criados, pois, às vezes, eles têm espaçamentos exagerados e fontes grandes que demandam mais papel para impressão”, aconselha Daniela.
Faça ainda impressões frente e verso, ou em modo duas páginas por folha, use papel reciclado e reutilize folhas de rascunho. Dê preferência, também, para os equipamentos com cartuchos de tintas individuais, já que eles permitem o reabastecimento somente da cor que está acabando.
7. Pense, também, na locomoção
Se você não gosta de pegar ou dar caronas, é hora de mudar o pensamento.
“Esse recurso entre funcionários deve ser encarada como um comportamento inovador e altruísta, em que as pessoas pensam além da comodidade e levam em consideração o bem-estar coletivo e a redução dos impactos ambientais”, avalia Daniela.
Ainda há outros benefícios, como a redução dos custos e a oportunidade de conhecer novas pessoas. E isso deve partir, também, da empresa.
“Ela deve educar os colaboradores e pode criar incentivos para que eles procurem alternativas de transporte mais eficientes. É possível, por exemplo, oferecer vagas de estacionamento para veículos com mais de um passageiro ou para carros com motor flex, os híbridos ou os elétricos.
Oferecer um pequeno vestiário para quem optar pelo uso da bicicleta para a troca de roupas é outra boa dica, além de poder recompensar financeiramente quem se preocupa com essa questão”, recomenda Mello.
Lembre-se de que muitos encaram a sustentabilidade como uma moda. Por isso, fica muito fácil cair em armadilhas.
“Elas são conhecidas por greenwash ou verniz verde, que são produtos e serviços que pegaram carona nessa onda com a intenção de aumentar as vendas, não cumprindo com os benefícios econômicos e ambientais como se espera”, completa Vicente Castro Mello, arquiteto da Castro Mello Arquitetos.
Quer apostar nessas mudanças conscientes? EXAME.com elencou transformações simples que podem fazer toda a diferença para o seu escritório – e para o planeta.
1. Mude a decoração
Ela é superimportante para causar boa impressão. E para deixar o ambiente mais leve, o indicado é que você opte por cores claras, que ainda irão ajudar com a luminosidade do local por refletirem a luz. “Outra dica: faça uso de tons mais aconchegantes para que o ambiente não se torne frio demais pelo excesso de claridade”, diz Gustavo Mincarone de Souza, bioconstrutor da Arquitetura Ambiental.
A pintura, no entanto, deve ser feita à base de água e com tintas naturais. “Você precisa pensar em todas as etapas do ciclo de vida do produto. Veja de onde os materiais vêm e pra onde vão no fim de sua vida útil”, ressalta Daniela Corcuera, arquiteta da Casa Consciente Consultoria e Arquitetura Ambiental.
Para o chão, opte por cimento queimado, ou pisos cerâmicos, bem como piso laminado de madeira. “Lembre-se de que os pisos frios são mais indicados pela durabilidade e baixa manutenção”, aconselha Daniela.
2. Faça um projeto de iluminação
É sabido que o olho humano percebe muito mais a falta de luz do que o excesso dela. É por isso que em um ambiente superiluminado dificilmente alguém se levanta para apagar uma luz. E é ai que você pode estar consumindo uma energia desnecessária.
“Para que isso não ocorra o ideal é privilegiar a iluminação natural”, diz Mello. Assim, se houver a possibilidade de mexer na arquitetura do espaço, vale a pena avaliar a posição de janelas e portas, visando promover a redução dos ganhos térmicos pela incidência solar e pela ventilação natural, por exemplo.
Mas, se esse não for o caso, sensores de luz também ajudam nessa tarefa, automatizando e regularizando a quantidade adequada de luz para cada atividade desenvolvida. “Aposte, ainda, em lâmpadas com tecnologia LED, que são mais duráveis e econômicas e já estão mais acessíveis. Outra boa ideia é o uso de luminárias de mesa, já que essa medida reduz bastante o número de luminárias no teto e, consequentemente, o consumo de energia”, completa o arquiteto.
3. Cuidado com os banheiros
Eles são os grandes vilões do desperdício. Por isso, é preciso ficar atento a esse local, fazendo pequenas mudanças que darão grandes efeitos. “Aposte em equipamentos economizadores, como vasos de duplo fluxo e arejadores nas torneiras. Além disso, use produtos de limpeza biodegradáveis, com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis e de fontes naturais”, conta Daniela.
Você sabia que é possível deixar o banheiro limpo usando alimentos? “Use vinagre, limão e sal para fazer essa limpeza”, ensina Roberta, que ainda ressalta a importância de o banheiro receber incidência solar e ter uma boa ventilação natural para a sua salubridade.
Com relação aos papéis, nada de apostar nos mais baratos, pois essa pode ser uma economia sem resultados. “Eles devem ser de boa qualidade e absorventes, o que reduz a quantidade de uso”, pondera Daniela.
4. Aposte nas plantas
Pode parecer bobagem, mas elas causam um efeito extremamente benéfico para o ambiente de trabalho. “O seu uso traz vitalidade, frescor e renovação do ar, melhorando a qualidade do ambiente. É um excelente recurso e muito acessível”, recomenda Daniela.
Você vai precisar avaliar as condições locais para definir as espécies mais viáveis para o seu escritório, mas boas opções são lírios, antúrios, bromélias, filodendros, palmeiras, bambus e cactos. Elas ajudam, ainda, a arejar o ambiente, como explica Gustavo.
“As plantas são verdadeiras bombas de água e, dessa forma, despejam na atmosfera quantidades significativas de vapor, o que é conhecido por evapotranspiração. Quanto mais calor, maior será essa atividade, e quanto maior for as folhas da planta, maior será a quantidade de água liberada.”
5. Use o ar condicionado com moderação
Sim, o uso desse aparelho deve ser minimizado e, na medida do possível, ele deve ser substituído por ventiladores ou pela ventilação natural. “É interessante, até, a adoção de uma cobertura vegetada, que irá trazer mais frescor e reduzirá o calor transmitido para o interior”, explica Daniela.
Outra boa solução é a proteção solar usando brises e vidros com fator solar adequado, além da ventilação cruzada, que é sempre uma boa saída. “Mas caso o uso do ar condicionado seja necessário, o ideal é procurar modelos com a classificação Procel categoria A, que são mais eficientes e consomem menos energia”, diz Mello.
6. Dê atenção especial aos computadores
Todos os equipamentos eletrônicos consomem energia, geram calor e aumentam a temperatura interna do escritório. Com o computador não é diferente. Por isso, realizar a manutenção e a limpeza desses aparelhos é essencial.
“Como ele é indispensável na maioria das empresas, cuide bem do produto. Configurar o gerenciador de energia do computador para a tarefa específica que vai ser executada é um ótimo começo. Você não precisa ligar o motor de uma Ferrari apenas para ler um e-mail ou navegar na internet, certo?”, questiona Mello.
Lembre-se, ainda, de desligar o monitor e colocar o computador em descanso quando falar ao telefone, quando sair para almoçar ou para tomar um café. Outra boa opção é o uso de programas específicos para o controle do gasto de energia. “São sistemas de automação e monitoramento que permitem identificar dados de consumo energético, possibilitando uma maior conscientização e melhor gestão dos recursos energéticos”, conta Daniela. Um exemplo é o Joulemeter, programa simples que faz esse papel.
Falando em computador, preocupe-se também com a impressora, já que o desperdício nesse caso é sempre muito grande. “Reveja os formatos em que os documentos são criados, pois, às vezes, eles têm espaçamentos exagerados e fontes grandes que demandam mais papel para impressão”, aconselha Daniela.
Faça ainda impressões frente e verso, ou em modo duas páginas por folha, use papel reciclado e reutilize folhas de rascunho. Dê preferência, também, para os equipamentos com cartuchos de tintas individuais, já que eles permitem o reabastecimento somente da cor que está acabando.
7. Pense, também, na locomoção
Se você não gosta de pegar ou dar caronas, é hora de mudar o pensamento.
“Esse recurso entre funcionários deve ser encarada como um comportamento inovador e altruísta, em que as pessoas pensam além da comodidade e levam em consideração o bem-estar coletivo e a redução dos impactos ambientais”, avalia Daniela.
Ainda há outros benefícios, como a redução dos custos e a oportunidade de conhecer novas pessoas. E isso deve partir, também, da empresa.
“Ela deve educar os colaboradores e pode criar incentivos para que eles procurem alternativas de transporte mais eficientes. É possível, por exemplo, oferecer vagas de estacionamento para veículos com mais de um passageiro ou para carros com motor flex, os híbridos ou os elétricos.
Oferecer um pequeno vestiário para quem optar pelo uso da bicicleta para a troca de roupas é outra boa dica, além de poder recompensar financeiramente quem se preocupa com essa questão”, recomenda Mello.
FONTE: Exame
POST 199: ÁGUA: SUSTENTABILIDADE PARA BEBER!
A água é fundamental para a manutenção das sociedades pelo singelo motivo de que é um insumo primordial em todos os processos produtivos e atividades humanas. Mas, antes disso, a água é parte de todos os organismos vivos no planeta e uma substância indissociável do funcionamento dos ecossistemas. Dessa forma, a qualidade e a disponibilidade desse recurso vital devem ser asseguradas para que as sociedades continuem a se desenvolver em seus capítulos sociais, econômicos e culturais.
Ocorre que o cenário é de demandas múltiplas e crescentes em função das exigências típicas do crescimento econômico, da expansão demográfica e da mobilidade social. Os usos industriais, domésticos, comerciais, recreativos, agrícolas, energéticos e no transporte são concorrenciais. Ao mesmo tempo, diversos mananciais estão ameaçados ou degradados mediante os impactos desses usos - ao passo que o atendimento pleno das necessidades mais básicas de água ainda está distante em muitos países, não sendo diferente no Brasil.
Ocorre que o cenário é de demandas múltiplas e crescentes em função das exigências típicas do crescimento econômico, da expansão demográfica e da mobilidade social. Os usos industriais, domésticos, comerciais, recreativos, agrícolas, energéticos e no transporte são concorrenciais. Ao mesmo tempo, diversos mananciais estão ameaçados ou degradados mediante os impactos desses usos - ao passo que o atendimento pleno das necessidades mais básicas de água ainda está distante em muitos países, não sendo diferente no Brasil.
De fato, o Brasil possui a maior reserva hídrica e a segunda maior cobertura florestal do planeta, atributos que, em princípio, favorecem os recursos hídricos. As águas utilizadas nos variados processos e tipos de usos invariavelmente retornam aos rios, mares, solo e subsolo, dado o ciclo hidrológico.
Contudo, não se pode falar que seja um recurso inesgotável, tampouco abundante em termos absolutos. Apenas 3% de toda a reserva hídrica do mundo é de água doce. Os mananciais estão distribuídos heterogeneamente entre os países e em suas regiões, por vezes distantes dos pontos de demanda. Os ecossistemas aquáticos acham-se sob estresse ambiental. O desmatamento impacta negativamente os corpos hídricos. Os sistemas de captação, tratamento e distribuição ainda não são capazes de levar água a todos, além de enfrentarem sazonalidades, e nem todas as pessoas podem arcar com os custos da água tratada. Em termos relativos, pode-se falar em escassez na abundância porque há questões de qualidade e acesso à água.
Em tal quadro, o crescimento desejado da economia brasileira e a ampliação do comércio internacional continuarão a demandar mais água, energia e alimentos. Destaque-se que parte das exportações brasileiras é, na prática, importação de externalidades ambientais hídricas negativas, pois os maiores importadores de commodities intensivas em água deixam de impactar seus próprios recursos hídricos. Portanto, a água condiciona a economia e a produção de modo bastante abrangente, consideração fundamental na abordagem da segurança hídrica em relação às seguranças energética e alimentar.
Nesse sentido, é simplesmente urgente superar questões irresolutas da água, como o saneamento insuficiente e a ausência de manejo abrangente de resíduos sólidos, pois os efluentes e a interação das chuvas com o lixo urbano são problemas sérios. Restaurar e conservar as áreas de recarga mediante a recuperação da vegetação ciliar favorece os serviços ecossistêmicos prestados pela água. Os instrumentos legais e as soluções de engenharia devem ser acompanhados da melhora no resultado da gestão, de modo a promover o uso responsável da água, que incorpora aspectos de governança, de relevância dos ecossistemas aquáticos, de qualidade e quantidade e do acesso à água com vistas à sustentabilidade.
O governo deve exercer a gestão eficiente da água e promover o uso responsável, elevando a qualidade da administração pública e da resposta à sociedade também nesse aspecto. As pessoas devem buscar saber a origem dos produtos que consomem e como foram produzidos, trazendo a realidade da água para seu cotidiano. Os setores produtivos precisam compreender melhor o seu papel dentro da governança da água e utilizar os recursos hídricos com responsabilidade em seus processos, internalizando nos negócios os serviços prestados pela água.
Os desafios amplificados que o Brasil enfrenta em matéria da conjugação desse contexto com as mudanças globais que já se avizinham - demográficas, econômicas, sociais e climáticas - impõem a segurança hídrica como item prioritário na agenda da sustentabilidade, pois somente assim se poderá assegurar a produção de alimentos e a geração de energia, tão essenciais ao desenvolvimento do País.
Silneiton Favero é consultor sênior da Green Domus Desenvolvimento Sustentável Ltda.
FONTE: Terra
Contudo, não se pode falar que seja um recurso inesgotável, tampouco abundante em termos absolutos. Apenas 3% de toda a reserva hídrica do mundo é de água doce. Os mananciais estão distribuídos heterogeneamente entre os países e em suas regiões, por vezes distantes dos pontos de demanda. Os ecossistemas aquáticos acham-se sob estresse ambiental. O desmatamento impacta negativamente os corpos hídricos. Os sistemas de captação, tratamento e distribuição ainda não são capazes de levar água a todos, além de enfrentarem sazonalidades, e nem todas as pessoas podem arcar com os custos da água tratada. Em termos relativos, pode-se falar em escassez na abundância porque há questões de qualidade e acesso à água.
Em tal quadro, o crescimento desejado da economia brasileira e a ampliação do comércio internacional continuarão a demandar mais água, energia e alimentos. Destaque-se que parte das exportações brasileiras é, na prática, importação de externalidades ambientais hídricas negativas, pois os maiores importadores de commodities intensivas em água deixam de impactar seus próprios recursos hídricos. Portanto, a água condiciona a economia e a produção de modo bastante abrangente, consideração fundamental na abordagem da segurança hídrica em relação às seguranças energética e alimentar.
Nesse sentido, é simplesmente urgente superar questões irresolutas da água, como o saneamento insuficiente e a ausência de manejo abrangente de resíduos sólidos, pois os efluentes e a interação das chuvas com o lixo urbano são problemas sérios. Restaurar e conservar as áreas de recarga mediante a recuperação da vegetação ciliar favorece os serviços ecossistêmicos prestados pela água. Os instrumentos legais e as soluções de engenharia devem ser acompanhados da melhora no resultado da gestão, de modo a promover o uso responsável da água, que incorpora aspectos de governança, de relevância dos ecossistemas aquáticos, de qualidade e quantidade e do acesso à água com vistas à sustentabilidade.
O governo deve exercer a gestão eficiente da água e promover o uso responsável, elevando a qualidade da administração pública e da resposta à sociedade também nesse aspecto. As pessoas devem buscar saber a origem dos produtos que consomem e como foram produzidos, trazendo a realidade da água para seu cotidiano. Os setores produtivos precisam compreender melhor o seu papel dentro da governança da água e utilizar os recursos hídricos com responsabilidade em seus processos, internalizando nos negócios os serviços prestados pela água.
Os desafios amplificados que o Brasil enfrenta em matéria da conjugação desse contexto com as mudanças globais que já se avizinham - demográficas, econômicas, sociais e climáticas - impõem a segurança hídrica como item prioritário na agenda da sustentabilidade, pois somente assim se poderá assegurar a produção de alimentos e a geração de energia, tão essenciais ao desenvolvimento do País.
Silneiton Favero é consultor sênior da Green Domus Desenvolvimento Sustentável Ltda.
FONTE: Terra
ASSUNTOS
NATUREZA,
RECURSOS NATURAIS,
SUSTENTABILIDADE
POST 198: ARRANHA-CÉUS DE CHICAGO ADEREM À TENDÊNCIA ECOLÓGICA
Os enormes edifícios de Chicago estão se tornando verdes com a instalação de aparelhos para aumentar a eficiência energética, como detectores de movimento nas luzes dos escritórios, parte de um projeto que as autoridades esperam inspirar mudanças em todos os Estados Unidos.
No hotel Sheraton, o engenheiro Ryan Egan não se cansa de comemorar a tecnologia de seus novos termostatos e a economia de 136 mil dólares na conta de luz.
Vinculada ao sistema de reservas, a aparelhagem controla a temperatura dos quartos para regulá-la até o momento exato da chegada do hóspede.
No hotel Sheraton, o engenheiro Ryan Egan não se cansa de comemorar a tecnologia de seus novos termostatos e a economia de 136 mil dólares na conta de luz.
Vinculada ao sistema de reservas, a aparelhagem controla a temperatura dos quartos para regulá-la até o momento exato da chegada do hóspede.
Um sensor infravermelho mostra que a economia não para por aí. Quando o hóspede deixa o quarto, a temperatura começa a mudar novamente, dando ao sistema de aquecimento ou resfriamento uma pausa até que necessitem ser utilizados novamente.
Não é uma mudança aleatória. O termostato é programado para permitir que o quarto seja aquecido ou resfriado até o ponto onde pode voltar para a temperatura pré-estabelecida 12 minutos antes do retorno do hóspede.
"O cérebro por trás do quanto ele pode mudar é realmente interessante", diz Egan. "Se você está no lado que pega sombra (no verão) vai mudar mais, porque o sistema sabe que pode se recuperar mais rápido".
O hotel Sheraton é um dos 14 grandes prédios comerciais de Chicago que participam do projeto de Retrofit, termo utilizado na engenharia para designar a modernização de equipamentos, com o objetivo cortar o custo da energia utilizada em 20% nos próximos cinco anos, com uma economia estimada de 5 milhões de dólares por ano.
Se conseguirem chegar ao objetivo, seria como tirar 8.000 carros das estradas.
"Se levarmos em conta que essa é a cidade que construiu o primeiro arranha-céu no mundo, nós amamos a ideia de que ela está tentando ficar mais ecológica", disse em entrevista à AFP Karen Weigert, chefe de sustentabilidade da cidade de Chicago.
Cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa na cidade dos ventos vêm da utilização de gás e eletricidade para o aquecimento ou refrigeração das casas, escritórios, escolas e outros prédios do governo.
Além da transformação de seus prédios comerciais, a cidade planeja cortes de energia em 20% dos prédios municipais para alcançar uma economia monetária de 20 milhões de dólares por ano e economia de emissões equivalentes à retirada de 30.000 veículos das estradas.
O governo lançou também um programa para modernização do sistema em residências e espera que mais prédios comerciais se unam ao desafio.
"A luta contra as mudanças climáticas pode tomar diversas formas. Esta também faz com que os donos dos prédios economizem muito dinheiro", diz Rebecca Stanfield, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
"Nós estamos animados com o potencial para os donos de grandes propriedades que contam com a iniciativa de Chicago para usar o que aprenderam aqui em todo o país."
Um programa similar é promovido pelo Departamento de Energia, que já conseguiu compromissos de escolas, cidades e empresários para reduzir a utilização de energia em 20% em 2 bilhões de metros quadrados.
A AT&T, primeira empresa a aceitar o desafio de Chicago, está testando novas tecnologias de uso mais eficiente de energia em seu prédio no centro da cidade.
Esse é apenas um pequeno passo para a gigante das telecomunicações, que planeja cortar suas emissões em 20% até 2020. Os resultados até agora têm sido impressionantes.
As luzes de teto foram trocadas por lâmpadas mais eficientes e foram instalados detectores de movimento para que as luzes não precisem ficar acesas quando os funcionários não estão em suas mesas.
Foram instaladas também mantas isolantes sobre o sistema de ar para manter o aquecimento no inverno e o calor longe do escritório no verão.
Reguladores foram instalados em grandes ventiladores para fazer circular o ar quente ou frio por todo o edifício dos anos 1960, funcionando apenas quando necessário e não o dia ou a noite inteira. Até mesmo as correias dos motores dos ventiladores foram trocadas para regular melhor seu funcionamento.
"Não há dúvida que nós identificamos oportunidades suficientes para economizar 20% de energia", disse John Schinter, diretor executivo para energia da AT&T.
Toda essa melhoria testada em Chicago vai se pagar em três anos ou menos, e será utilizada em 1.000 prédios corporativos e 500 alugados para onde a AT&T está direcionando seu plano de sustentabilidade, segundo Schinter.
"Se um projeto não tem o ambiente certo para uma empresa do tamanho da nossa, nós não vamos gastar nosso tempo corporativo com ele", diz Schinter.
Jim Javillet está maravilhado com a mudança de atitude em 43 anos de gerenciamento de prédios como a torre da AT&T.
"Nos anos 60 e 70 eles gastavam com aquecimento e resfriamento ao mesmo tempo o ano todo, porque não?", acrescenta.
Outro grande avanço é o desligamento das luzes dos prédios para que não precisem ficar acesas a noite toda.
Hoje, mesmo no meio do dia, é possível ver quem está longe de sua mesa de trabalho pela luz apagada no local. E quando se caminha em um corredor vazio, é criado um túnel de luz.
Este tipo de inovação é comum em países como a Espanha e o Japão, onde a energia é mais cara e o governo mais agressivo em forçar a economia e uma maior eficiência em sua utilização.
Mas os americanos estão prontos para aceitar esse desafio, diz Dan Tishman, cuja companhia é dona do Sheraton de Chicago e outros nove grandes hotéis nos Estados Unidos.
"Os consumidores nesse país estão confortáveis com a utilização de detectores de movimento em lâmpadas e outras tecnologias para economizar energia, como vasos sanitários com controle da utilização de água ou tetos verdes, e eles gostam disso", diz Tishman, que também é gerente do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e dono de uma empresa de construção.
"Eu acredito que quando implementarmos as mudanças que estamos planejando, teremos sucesso e outros grandes hotéis vão seguir essa ideia."
FONTE: AFP
Não é uma mudança aleatória. O termostato é programado para permitir que o quarto seja aquecido ou resfriado até o ponto onde pode voltar para a temperatura pré-estabelecida 12 minutos antes do retorno do hóspede.
"O cérebro por trás do quanto ele pode mudar é realmente interessante", diz Egan. "Se você está no lado que pega sombra (no verão) vai mudar mais, porque o sistema sabe que pode se recuperar mais rápido".
O hotel Sheraton é um dos 14 grandes prédios comerciais de Chicago que participam do projeto de Retrofit, termo utilizado na engenharia para designar a modernização de equipamentos, com o objetivo cortar o custo da energia utilizada em 20% nos próximos cinco anos, com uma economia estimada de 5 milhões de dólares por ano.
Se conseguirem chegar ao objetivo, seria como tirar 8.000 carros das estradas.
"Se levarmos em conta que essa é a cidade que construiu o primeiro arranha-céu no mundo, nós amamos a ideia de que ela está tentando ficar mais ecológica", disse em entrevista à AFP Karen Weigert, chefe de sustentabilidade da cidade de Chicago.
Cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa na cidade dos ventos vêm da utilização de gás e eletricidade para o aquecimento ou refrigeração das casas, escritórios, escolas e outros prédios do governo.
Além da transformação de seus prédios comerciais, a cidade planeja cortes de energia em 20% dos prédios municipais para alcançar uma economia monetária de 20 milhões de dólares por ano e economia de emissões equivalentes à retirada de 30.000 veículos das estradas.
O governo lançou também um programa para modernização do sistema em residências e espera que mais prédios comerciais se unam ao desafio.
"A luta contra as mudanças climáticas pode tomar diversas formas. Esta também faz com que os donos dos prédios economizem muito dinheiro", diz Rebecca Stanfield, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
"Nós estamos animados com o potencial para os donos de grandes propriedades que contam com a iniciativa de Chicago para usar o que aprenderam aqui em todo o país."
Um programa similar é promovido pelo Departamento de Energia, que já conseguiu compromissos de escolas, cidades e empresários para reduzir a utilização de energia em 20% em 2 bilhões de metros quadrados.
A AT&T, primeira empresa a aceitar o desafio de Chicago, está testando novas tecnologias de uso mais eficiente de energia em seu prédio no centro da cidade.
Esse é apenas um pequeno passo para a gigante das telecomunicações, que planeja cortar suas emissões em 20% até 2020. Os resultados até agora têm sido impressionantes.
As luzes de teto foram trocadas por lâmpadas mais eficientes e foram instalados detectores de movimento para que as luzes não precisem ficar acesas quando os funcionários não estão em suas mesas.
Foram instaladas também mantas isolantes sobre o sistema de ar para manter o aquecimento no inverno e o calor longe do escritório no verão.
Reguladores foram instalados em grandes ventiladores para fazer circular o ar quente ou frio por todo o edifício dos anos 1960, funcionando apenas quando necessário e não o dia ou a noite inteira. Até mesmo as correias dos motores dos ventiladores foram trocadas para regular melhor seu funcionamento.
"Não há dúvida que nós identificamos oportunidades suficientes para economizar 20% de energia", disse John Schinter, diretor executivo para energia da AT&T.
Toda essa melhoria testada em Chicago vai se pagar em três anos ou menos, e será utilizada em 1.000 prédios corporativos e 500 alugados para onde a AT&T está direcionando seu plano de sustentabilidade, segundo Schinter.
"Se um projeto não tem o ambiente certo para uma empresa do tamanho da nossa, nós não vamos gastar nosso tempo corporativo com ele", diz Schinter.
Jim Javillet está maravilhado com a mudança de atitude em 43 anos de gerenciamento de prédios como a torre da AT&T.
"Nos anos 60 e 70 eles gastavam com aquecimento e resfriamento ao mesmo tempo o ano todo, porque não?", acrescenta.
Outro grande avanço é o desligamento das luzes dos prédios para que não precisem ficar acesas a noite toda.
Hoje, mesmo no meio do dia, é possível ver quem está longe de sua mesa de trabalho pela luz apagada no local. E quando se caminha em um corredor vazio, é criado um túnel de luz.
Este tipo de inovação é comum em países como a Espanha e o Japão, onde a energia é mais cara e o governo mais agressivo em forçar a economia e uma maior eficiência em sua utilização.
Mas os americanos estão prontos para aceitar esse desafio, diz Dan Tishman, cuja companhia é dona do Sheraton de Chicago e outros nove grandes hotéis nos Estados Unidos.
"Os consumidores nesse país estão confortáveis com a utilização de detectores de movimento em lâmpadas e outras tecnologias para economizar energia, como vasos sanitários com controle da utilização de água ou tetos verdes, e eles gostam disso", diz Tishman, que também é gerente do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e dono de uma empresa de construção.
"Eu acredito que quando implementarmos as mudanças que estamos planejando, teremos sucesso e outros grandes hotéis vão seguir essa ideia."
FONTE: AFP
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