Iniciativa engloba parceria com o Jardim Botânico e lançamentos da maior RPPN de restinga do país e de um viveiro de mudas nativas da região
A LLX, empresa de logística do Grupo EBX, de Eike Batista, apresentou a maior Reserva Particular de Patrimônio Natural de restinga do Brasil, a RPPN Caruara. Com cerca de quatro mil hectares, a área fica em São João da Barra (RJ), onde a LLX está construindo o Superporto do Açu. Com o objetivo de transformar o local em um centro de conhecimento e pesquisa sobre espécies vegetais de restinga, na solenidade foram assinadas parcerias com o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).
A iniciativa faz parte do Programa de Conservação da Biodiversidade, um projeto também lançado pela LLX que inclui ainda um viveiro de mudas nativas, com capacidade para produzir 500 mil unidades por ano; e um Estudo de Ecologia da Paisagem, cujo objetivo é identificar características e histórico da região, e contribuir tanto para o planejamento territorial dos empreendimentos do Açu, quanto para a gestão pública na região.
Com isso, o projeto, que faz parte da política da LLX e de todo o Grupo EBX de extrapolar obrigações legais associadas aos licenciamentos ambientais do Superporto, vai promover não apenas ações de preservação da biodiversidade da região, mas também o desenvolvimento de pesquisas aplicadas à utilização e à proteção da restinga. Esta é uma característica especialmente importante para a região de São João da Barra, onde o litoral é considerado o de menor nível de conhecimento da flora. A LLX prova, desta maneira, que é possível conciliar a produção empresarial e a conservação da biodiversidade nas áreas dos empreendimentos e em seu entorno.
PRESERVAÇÃO DA RESTINGA
A RPPN Caruara, a maior de restinga em todo o país, tem aproximadamente 4 mil hectares, o que corresponde a cerca de quatro mil campos de futebol do Maracanã. Este, no entanto, será o seu tamanho no papel, já que a sua área protegida ultrapassa 4 mil hectares, quando somada à faixa de praia. A extensão do terreno da Caruara é maior do que duas vezes a soma de todas as 47 RPPNs registradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e sua criação garante a proteção de todas as formações naturais da região, como lagoas, remanescentes de restinga em ótimo estado de conservação e o trecho mais preservado da praia.
A área protegida engloba, portanto, um dos principais fragmentos de restinga preservados do Norte do Estado, além das Lagoas de Grussaí e Iquipari, esta última extremamente preservada, desde suas nascentes até sua foz, na Praia do Açu. Por lá, os trabalhos de recomposição vegetal e enriquecimento de espécies serão desenvolvidos dentro da RPPN, favorecendo, desta forma, a ligação da área reflorestada e a flora já existente. Até o momento, já foram plantadas aproximadamente 100 mil mudas.
Após a assinatura da portaria do INEA que cria oficialmente a RPPN Caruara, a LLX se empenhará na elaboração do Plano de Manejo da unidade, fazendo com que se torne a maior referência para a conservação dos ambientes de restinga do país e um ambiente de uso sustentável para todos os trabalhadores e moradores da região.
LLX SE UNE AO JARDIM BOTÂNICO E À UENF PARA PESQUISAS E MANEJO NA RPPN
Neste contexto, as parcerias com universidades e instituições de pesquisa, como o Instituto Jardim Botânico e a Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense) são uma grande oportunidade para o estudo científico da restinga e para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas aos ecossistemas costeiros.
É por isso que paralelamente à oficialização da reserva, a LLX lança o Programa de Manejo e Conservação da Biodiversidade Vegetal do Açu, dividido em duas frentes: o centro de estudos e pesquisas para a conservação da biodiversidade em parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e com a Universidade Estadual do Norte Fluminense; e o núcleo de reprodução e manejo de espécies de restingas.
É por tudo isso que a unidade será um polo gerador de conhecimento e uma referência para produção científica sobre a restinga.
A unidade vai proteger, em caráter perpétuo, esse ecossistema, que é um dos mais ameaçado do Brasil.
VIVEIRO
Atualmente, o Grupo EBX está produzindo todas as mudas das espécies nativas que serão usadas para recompor as restingas da região que abrange o Complexo do Açu, no viveiro institucional. Hoje, o viveiro produz e maneja mais de 53 espécies de restingas. Entre elas, estão quatro ameaçadas de extinção: Pimenta da praia (Jacquinia Brasiliensis), Almescla (Protium heptaphyllum), Pau-ferro (Melanopsidium nigrum) e Quixaba (Sideroxylon obtusifolium) – de acordo com lista oficial do IBAMA, Instrução Normativa MMA nº 6, de 23 de setembro de 2008. Outras importantes espécies também reproduzidas no viveiro são Pitanga (Eugenia uniflora), Aroeira (Schinus terebinthifolia), Abaneiro (Clusia hilariana), Bacupari (Garcinia brasiliensis), Camboinha (Myrciaria tenella), Calombo (Pera glabrata), Fruto de guaxo (Cupania emarginata), Murici (Byrsonima sericea) e Guanandi (Calophyllum brasiliensis), entre outras.
O Viveiro Institucional, que ocupa uma área de 8 mil metros quadrados, é composto por Casa de Germinação (onde as sementes coletadas são semeadas); Casa de Sombra (onde as mudas recebem um tratamento especial, com apenas 20% de luminosidade e fertirrigação para otimização do crescimento vegetal); Casa de Crescimento (onde as mudas recebem 50% de luminosidade e são selecionadas as de melhor fitossanidade e mais desenvolvidas); Área de Pleno Sol (etapa final de produção das mudas, onde são expostas diretamente ao sol e ao vento, simulando o real cenário de campo).
Outro importante produto que está sendo desenvolvido por lá é o Guia de Reprodução de Espécies de Restinga, que fornecerá os dados do manejo em viveiro das espécies produzidas, como época e modo de coleta dos frutos e sementes, beneficiamento, secagem, germinação, repicagem, características de crescimento, principais doenças e o modo de combate e rustificação da muda.
FONTE: IDEAL THE REPUTATION AGENCY