A Sky Vegetables constrói telhados
verdes em áreas urbanas subutilizadas para cultivar alimentos. Leia
mais!
"Oi, meu nome é Keith. Aplicamos espaços subutilizados em áreas urbanas para cultivar comida, criando empregos verdes, proporcionando o acesso a produtos frescos, tornando a economia local e criando uma vida melhor, através da construção de comunidades através de hortaliças".
Tenho que admitir, foi
um dos bate-papos relâmpago mais legais e convincente que eu ouvi ultimamente e
eu ouvi muitos. Isto aconteceu em um coquetel há várias semanas, no Food
Marketing Institute"s Sustainability Summit, um encontro de grandes varejistas e
marcas de bens de consumo embalados, no qual eu era um dos oradores. Como essas
conferências são, este era um ímã para uma ampla gama de consultores e
prestadores de serviços com o objetivo de conectar-se com Big Food.
Keith
Agoada foi um desses. Ele participou, a fim de falar de sua jovem empresa, Sky
Vegetables. À primeira vista, parecia ainda um outro recém-formado da faculdade
– que ele é – tentando invadir o “espaço verde”, como costuma ser chamado. Mas
quando ele abriu a boca para me contar a história dele, eu percebi que este era
um garoto com uma visão.
A visão é simples e elegante: telhados verdes, não
apenas como jardins, mas como pólos de agricultura urbana para as ervas e os
verdes comestíveis, utilizando equipamentos hidropônicos e aquapônicos em
estufas para cultivar alimentos e vender com lucro dentro da comunidade.
A
idéia veio a Agoada um pouco antes de seu último ano na Universidade de
Wisconsin, Madison, onde se formou no ano passado. "Eu vi as hortas comunitárias
em Chicago, e achei fantástico que eles estavam construindo uma comunidade
crescente por alimentos, na cidade", disse-me recentemente. "Então eu voltei
para o meu último ano em Wisconsin e recebeu três créditos para fazer um estudo
de viabilidade para ver se telhados podem ser locais de cultivo
comercial."
Ele descobriu depressa que era possível produzir uma infinidade
de coisas mesmo no inverno de Wisconsin, “quando o tempo está abaixo de zero
tudo coberto de neve". Isso levou à competição para construção de um plano de
negócios, que ele ganhou, atraindo a cobertura da imprensa local e de interesse
dos investidores.
Em meio a tudo isso, Agoada permaneceu um empresário
relutante. "É engraçado. Estudei o empreendedorismo na escola e eu aprendi que
eu não quero ser um empresário. Eu não queria ficar em loopings na
montanha-russa – enfrentar tudo que eles me disseram na escola de negócios que
aconteceria quando iniciamos uma empresa e tentamos fazê-la vingar, e que é
implacável.
Eu não queria tomar esse caminho. Eu prefiro ir para a fazenda ou
fazer algo descontraído, mas a oportunidade foi ótima". Ele finalmente assumiu
os investidores e parceiros de negócios, com base em Boston, um continente de
distância de Berkeley, Califórnia. E a Sky Vegetables nasceu.
Agoada me
mostrou o básico. "Subimos em um telhado como um inquilino do edifício. Alugamos
o espaço no último andar. Pagamos pela adequação, os custos dos seguros, os
custos fixos para o planejamento e desenvolvimento e dos custos de arquitetos
etc. Assumimos tudo, a partir daí. Nós terceirizamos o equipamento. Não
inventamos tecnologias. Utilizamos tecnologias comprovadas e aplicamos neste
último andar. Então nós tiramos nosso dinheiro da venda do produto.
A tecnologia
usada são estufas controladas, sistemas anuais de gestão de temperaturas
constantes e de controle do ambiente. Não são aplicados pesticidas, nem
herbicidas, somente sistemas de gestão integrada de pragas e compostagem,
tentando usar papel e restos de comida do edifício como o fluxo de nutrientes
para as nossas instalações".
Um projeto típico abrange cerca de 20.000m2 –
cerca de meio acre – e com bastante eficiência, afirma Agoada. "Nossas técnicas
de cultivo consomem entre 5% e 10% da água aplicada para desenvolver a alface no
Salinas Valley", Central Valley, na Califórnia, considerada celeiro dos Estados
Unidos. Considerando que cerca de 80% do uso da água no estado vai para a
agricultura – e cerca de um quinto da utilização total de energia no estado é
aplicada no transporte e tratamento de água – essa ação poderia criar uma
eficiência hídrica significante e benefícios nos gases do efeito estufa (GEEs),
caso o modelo da Sky Vegetables pegue.
Isso ainda é incerto, é claro. Agoada fez projetos de pequena escala, mas está em busca de sua primeira grande cobertura, mais provavelmente em Oakland, na Califórnia, uma cidade que se casa uma fome para atrair negócios verdes; inúmeros armazéns com grandes telhados planos; elevada taxa de desemprego; e vastos "desertos alimentares", áreas pobres que não têm fácil acesso a supermercados com produtos frescos. É um laboratório perfeito.
Por enquanto, é apenas uma visão incrível, pela qual estou torcendo, mas isto não necessariamente para no alecrim ou simplesmente vender alfaces. "Um dos projetos que estamos monitorando é um edifício de uso misto, com uma grande quantidade de moradores", diz Agoada. "Nossa idéia é contratar algumas pessoas em meio-período e começar a treiná-los. Talvez um dia, eles passem o período integral lá. Outra idéia que tínhamos era deixar que o edifício tivesse espaços abertos.
Talvez o condomínio pudesse alugá-los e as
pessoas cultivassem seu próprio molho pesto ou o seu próprio negócio de sabão.
Poderíamos contratá-los. Ou cultivaremos lavanda ou hortelã ou manjericão e
transformar estes produtos em maior valor agregado, criando mais postos de
trabalho na produção".
Eu amo a visão, mas também o potencial ilimitado.
Agoada diz: "Se você olhar para quantos espaços em telhados estão por aí, que
podem suportar plantações de 10.000 m2 a 40.000 m2 – basta continuar a
acrescentar zeros a ele. O potencial econômico do que estamos fazendo é
incrível. Mas a partir de uma perspectiva mais geral, nós seríamos um
catalisador na tentativa de localizar os sistemas alimentares e localizar
legumes e, talvez até proteínas".
Com certeza. A Sky Vegetables tem um
potencial ilimitado para preencher uma lacuna – não apenas para nutrição, mas
para um modelo simples, mas poderoso de produção de alimentos, que apetece a
todos os apetites do capitalismo criativo e consciente.
FONTE: AGENDA SUSTENTÁVEL
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